sábado, 14 de abril de 2012

Aconteceu...no posto de vígia

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"A Horta é um camarote de frente para o Pico, palco de todo o ano" - Vitorino Nemésio
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A varandinha, é pequena, mas tem uma mesa e duas cadeiras. É para lá que vou logo que acordo. É lá que me sento ao fim da tarde quando acabo o trabalho. 
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É que ali, de minuto a minuto, a paisagem muda. E sempre bonita! O Pico, sempre o Pico, ora tapado ora com as núvens a lamberam-no doce ou rapidamente,  vai-se vestindo ou desnudando.
Estes dias, marotas, as núvens tapavam-no. Só ao 3º dia, logo que olhei ele se mostrava. Para alguns minutos mais tarde já estar mais tapado, e mais tarde já só ser visto lá de cima do avião.
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Mas o movimento do porto também é foco de atenção e de grande distração. São barcos a entrarem e a saírem, às vezes quase só os que regularmente fazem a carreira para o Pico e para S. Jorge. Mas estes dias...O próprio porto, tal como o Pico variava, transformando a sua paisagem. Veleiros enormes, caravela de 3 mastros, iates de luxo a fazer pensar nuns Onassis qualquer, fragata da Armada, um enorme movimento permanente. E claro, os barquinhos pequenas das escolas de vela e remo lá da terra.
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Presa no movimento e na paisagem, o tempo perde o sentido, as horas passam e eu, ali fico, como que hipnotizada mas vigil, de máquina sempre à mão, pronta a disparar.