terça-feira, 6 de abril de 2021

2ª Parte do desconfinamento

 380º dia do recomeço do blog

Já podemos ir às esplanadas, 4 por mesa. Ainda não fui.

Já podemos embora ainda não devamos sair porque se deve ficar em casa.

Um pouco contraditório mas está bem.

Eu que gosto de viajar não me apetece nada, julgo que estou com uma discreta fobia social, das pessoas, e dos sítios novos, que não me apetece conhecer. Sinto a casa como mais segura.

Mas amanhã vou levar o meu neto à natação, ai vou, vou. Há meses que não há esta actividade, vamos a ver quanto tempo fica aberta.

Estou insegura, um pouco pessimista.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Gansos sem Nils Holgersson

 379º dia do recomeço do blog

Estava eu parada à porta do Jardim Zoológico quando vejo um casal de gansos, com um ar arrogante, a atravessar calmamente a rua. 

Chegaram sãos e salvos ao passeio mas eis que um resolve voltar para trás, logo na altura em que vem um autocarro.

Eu gritei como se de uma pessoa se tratasse "Cuidado!", o autocarro meteu os travões a fundo e o casal levanta voo por cima de tudo e entra no jardim que é certamente a casa deles, por cima do muro.

Se calhar é frequente mas eu nunca tinha visto. E seriam não era brancos como os da Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson Através Da Suécia.

domingo, 4 de abril de 2021

Memórias. Religião. Gastronomia.

 

378º dia do recomeço do blog

Educada em Portugal posso dizer que bebi mesmo sem querer a cultura cristã. Mas não fui sequer batizada e depois durante o meu crescimento e mesmo adulta nunca me interessei por religião, nenhuma mesmo.

Acabei de almoçar pescada cozida. Estava óptima! 

De uma família religiosa, não os meus Pais que em adultos se afastaram, tive uma avó, muito religiosa, que sempre que nascia um neto pagava as bulas todas possíveis ao Papa para nos libertar de algumas obrigações. Sei que poderia comer carne às sextas-feiras, ir à missa sem ser ao domingo e outras que nem sei. Isto fez-me perceber que o dinheiro tem importância para aliviar a crença.

Nunca foi pressionada a definir-me. Ouvi muitas missas sobretudo na rádio em casa dos meus avós paternos. A minha Avó materna embora católica, teve curiosidade em ouvir outras religiões. Mas manteve-se sempre na mesma, católica, dizendo acreditar que havia alguma coisa acima "disto" .

Os meus Pais nunca forçaram nada. Até no liceu estive sempre inscrita na cadeira de religião e moral. O professor era um padre e pôs os não católicos, ateus, protestantes, judeus, na última fila. Por incrível que pareça, a minha memória diz que ele não nos ligava nenhuma e que até, num dia, a fila de trás cantou e dançou rock. Será possível ou estou a construir memórias?

Outra memória, mais gastronómica, é a do folar de Mirandela com enchidos, galinha e porco estufado que a minha Avó Elvira fazia nesta época. Acredito que o tamanho do dito, que era cozido no forno de uma padaria que havia na Rua Viriato, mesmo por baixo da casa dela, era do tamanho de uma roda de camião. Ou seria de um carro?

sábado, 3 de abril de 2021

O desconsolo do borrego!

 

377º dia do recomeço do blog

Arranjo desculpas para ir buscar comida feita ao postigo dos restaurantes do meu bairro. Que é para os ajudar, que em vez de irem fazer manifestações continuaram a servir, que isto e mais aquilo.

Por detrás destas justificações está a verdade, sou preguiçosa. Muito! E é bem feita que hoje tenha comido um borrego incrível, sem nenhuma graça, quando eu o faço tão bem!

Sim, em dinheiro sai mais barato comprar feito. Mas estou tão desconsolada que um destes dias terei de fazer aqui no forno.

Até os grelos eram congelados!

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Queimada e o orgulho do Pai, que na verdade pouco tem a ver.

 376º dia do recomeço do blog

Ontem fui chamada à polícia que trata de incêndios rurais. Sabia que uma prima minha, co-proprietária de um terreno rural lá tinha ido na véspera e o agente ficou admirado de eu não ter recebido a convocatória. pelo telefone ficou agendado e fui.

Um sítio lindo, em Monsanto com vista para as moradias do Restelo, o Rio Tejo e a Ponte 25 de Abril.

O senhor agente, cujo nome omito mas é muito curioso foi muito educado.

Eu nem sabia que após a limpeza dum dito terreno os bombeiros tinham sido chamados. Eu fui lá num dia já a seguir ao corte, e vi os montes de restos que os homens que fizeram a limpeza deviam ter levado estado ardidos e discretamente fumegantes. Um pinheiro na base estava com fogo.

Estupidamente com o meu sapato apaguei este último, fiquei com o sapato queimado. Mas não é que não me lembrei de chamar os bombeiros??? Nem eu nem as minhas primas com quem fui mantendo contacto telefónico na hora. Alguém o fez e ainda bem.

Tenho as comunicações escritas com o homem das desmatação onde se lê que teria de retirar os restos uma vez que não se podiam fazer queimadas e ele escreveu para onde os levaria para um posto legal, aproveitando para subir a parada do orçamento.

Que não o fez é óbvio, se foi ele que fez a queimada não sei.

O engraçado da minha ida à polícia é que o agente interessou-se como ocupo o meu tempo de aposentada e quando lhe falhei nos meus gostos, dispara "E gosta de poesia?". E depois foi falar do filho que é "dizeur" e tem já um currículo interessante. Cheguei a casa e fui para o Youtube ver os seus programas. Boa sorte Pedro! 

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Grande petisco que é o chouriço assado.

 376º dia do recomeço do blog

Quando a minha Mãe entrou para a maternidade para me ter, reza a história que teve desejos de chouriço assado. Terá pedido ao meu Pai, tripeiro e há pouco tempo em Lisboa, que ficou aterrado. Não sabia o que era e imaginou que seria coisa cara, tipo caviar. Valeu-lhe a minha Avó materna, que lhe resolveu o problema, no fundo e traduzido era só salpicão assado.

Muitas vezes comi esta iguaria com a minha Mãe ao lanche. Fazíamos uma porcaria porque o assávamos, rodela a rodela, espetado num garfo e queimando no bico do fogão a gás. Na outra mão um pouco de pão onde íamos espremendo a gordura que saía. Uma delícia!...e uma porcaria que depois a empregada limparia.

Lembrei-me hoje. Comi umas rodelas de chouriço há pouco ao lanche mas feito no micro-ondas. Não é a mesma coisa e sem a minha Mãe ainda menos. Mas foi o possível.

As máscaras e os brincos

 

375º dia do recomeço do blog

O último brinco que perdi foi num aniversário de um amigo, há uns anos, numa casa de fados que abriu só para a festa. 65 anos, 65 amigos. No final, já em casa, dei por falta de um brinco. Consegui pelo telefone falar com o aniversariante que ainda estava lá e o encontrou. Senti-me um bocado como a Cinderela quando perdeu o sapato. Tivemos de nos reencontrar para o recuperar. E ponto final.

Desde que se usa máscara, e eu uso sempre duas, uma cirúrgica e outra mais bonita (?), perco brincos com facilidade. Hoje foi um de prata com uma pedra da lua. Era bonito. Se alguém o encontrar que lhe dê bonito uso mesmo sendo só um.

Só a mim me acontece isto agora?