domingo, 11 de outubro de 2020

 

212º dia do recomeço do blog


Não escrever nada às vezes acontece. 

sábado, 10 de outubro de 2020

 

211º dia do recomeço do blog


Ter filhos é isto e muito mais.

Este fim de semana ficou aqui em casa o cão de um deles.














É um querido, meigo, sossegado. Faz companhia, sem dúvida. Mas altera algumas coisas da nossa rotina, tais como o ir à rua. Levei-o três vezes, passeios pequenos, 15 a 20 minutos. Mas tinha de ir, é uma obrigação. 

Um fim-de-semana não custa nada, pelo contrário, dá prazer. Mas não me vejo com um cão permanentemente.

Quando for muito mais velhinha, sem a mobilidade que hoje tenho, passeios, estadias noutros lugares, e ficar sobretudo em casa, isso sim vejo-me com um gato.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

 

210º dia do recomeço do blog


Prémio Nobel da Literatura 2020

Apesar de não conhecer nada da sua obra, descobri este poema no meu exemplar de "Rosa do Mundo, 2001 Poemas Para O Futuro", quase no fim do livro.


O PODER DE CIRCE

 

Nunca transformei ninguém em porco.

Algumas pessoas são porcos; faço-os

parecerem-se a porcos.

 

Estou farta do vosso mundo

que permite que o exterior disfarce o interior.

 

Os teus homens não eram maus;

uma vida indisciplinada

fez-lhes isso. Como porcos,

 

sob o meu cuidado

e das minhas ajudantes,

tornaram-se mais dóceis.

 

Depois reverti o encanto,

mostrando-te a minha boa vontade

e o meu poder. Eu vi

 

que poderíamos ser aqui felizes,

como são os homens e as mulheres

de exigências simples. Ao mesmo tempo,

 

previ a tua partida,

os teus homens, com a minha ajuda, sujeitando

o mar ruidoso e sobressaltado. Pensas

 

que algumas lágrimas me perturbam? Meu amigo,

toda a feiticeira tem

um coração pragmático; ninguém

 

vê o essencial que não possa

enfrentar os limites. Se apenas te quisesse ter

 

podia ter-te aprisionado.

 

Louise Glück (n. 1943)

Trad. José Alberto Oliveira

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

O cão nadador

 

209º dia do recomeço do blog


Sentada junto ao mar vi-os chegar. Um dia de sol, lindo, calor razoável, um bom dia típico de uma praia do Oeste. Era um casal jovem vestidos de fatos de borracha, sem prancha. Pela trela vinha um cão também preto, grande e magro, não sei se de raça.

Descem as rochas e aproximam-se da água. Uma mini praia e rochas. Os três saltam da rocha e mergulham. O cão, largada a trela está por sua conta. O casal nada, pára, nadam em direcção diferente, e, porque têm um fato protector, estão imenso tempo dentro de água. Uma hora ou um pouco menos.

O que me espantou foi o cão, que nadou permanentemente ora para um dos donos, ora para o outro e até a escolher o seu próprio caminho.

A certa altura um dos donos agarra o cão e sobe a rocha com o cão ao colo. E o cão...foge do dono e mergulha para continuar o seu banho.

Um cão nadador! 





quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Dor de cabeça

 

208º dia do recomeço do blog


Uma dor de cabeça como a que tenho agora impede-me de pensar. Socorro-me de Bernardo Soares.


Bernardo Soares

Doem-me a cabeça e o universo.

Doem-me a cabeça e o universo. As dores físicas mais nitidamente dores que as morais, desenvolvem, por um reflexo no espírito, tragédias incontidas nelas. Trazem uma impaciência de tudo que, como é de tudo, não exclui nenhuma das estrelas.

(...)

Dói-me a cabeça hoje, e é talvez do estômago que me dói. Mas a dor, uma vez sugerida do estômago à cabeça, vai interromper as meditações que tenho por detrás de ter cérebro. Quem me tapa os olhos não me cega, porém impede-me de ver. E assim agora, porque me dói a cabeça, acho sem valia nem nobreza o espectáculo, neste momento monótono e absurdo, do que aí fora mal quero ver como mundo. Dói-me a cabeça, e isto quer dizer que tenho consciência de uma ofensa que a matéria me faz, e que, porque como todas as ofensas, me indigna, me predispõe para estar mal com toda a gente, incluindo a que está próxima porém me não ofendeu.

(...)

terça-feira, 6 de outubro de 2020

A casa-concha

 

207º dia do recomeço do blog


Cheguei de novo à minha casa de Lisboa depois de 15 dias fora. E que saudades que eu tinha das minhas paredes, dos sofás, de tudo. Acontece-me isto sempre que me afasto uns dias. 

Quando eu era miúda, as férias eram muito grandes, de meados ou fim de Junho, não tenho a certeza, até 7 de Outubro. Felizmente eram variadas, praia, campo, viagens com os meus Pais às vezes ao estrangeiro. Mas a certa altura começava a ter saudades do meu quarto, dos meus brinquedos e da escola, colegas e amigos.

O que me aconteceu hoje, acontecia naqueles tempos. Ia a correr para o quarto passar em revista os meus objectos, brinquedos e outros. E ali ficava uns tempos a brincar. Eram tão importantes no meu mundo!

Continuo igual, não brinquei mas deliciei-me a olhar a  minha pequena concha!

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Menus diferentes

 

206º dia do recomeço do blog

Um filho de uns amigos meus faz anos a 5 de Outubro. Vive em Londres e calhou eu estar lá de passagem. Por gentileza juntou-me ao grupo da família e convidou-me para o almoço.

Julgo que já há anos pus aqui o que foi o menu mas vou repetir. Foi no Maze - Gordon Ramsay, na altura 1 estrela Michelin.

Foi uma escolha de 4 pratos
1 - Swede and truffle honey velouté, braised rabbit, cep purée
2 - Marinated fois gras and partridge terrine, ginger, rhubarb, girolle salad
3 - Braised rib of Casterbridge beef, root vegetable purée, horsaradish mash
4 - Sweetcorn vanilla panna cotta, salted and popcorn, popcorn sherbet.

O 1º, uma sopinha de coelho estava sensacional.
o 3º, um cubo de carne excelentemente cozinhado como o boeuf bourguignonne e o puré de rabanetes estavam óptimos.

Hoje, 5 de Outubro, para festejar o dia fui à Ilha de Faro almoçar. Numa esplanada virada para o rio, que com o Covid-19 é o indicado. Vista muito bonita.




O almoço foi:

1 - Pão, azeitonas e queijo seco delicioso.

2 - 10 rissóis de camarão acabados de fritar. Muito bons.

3 - Arroz de lingueirão, muito rico de bichos bem macios. Com a simplicidade de tempero e o gosto do mar a sobressair.

4 - Café Delta, o meu preferido.

Vinho branco, fresco, de caneca.

Preço decentíssimo! Hei-de voltar. Ah, não é dos mais conhecidos, a surpresa ainda foi  maior.