sexta-feira, 11 de setembro de 2020

11 de Setembro e memórias afectivas

 

182º dia de recomeço do blog


1973 - Cotovia, Sesimbra. 

Ainda de férias, resolvemos fazer um folar de Mirandela. Estava ao ar livre, a amassar na tigela quando a rádio começa a relatar o ataque no Chile, em que morreu o democrata Allende e é substituído pelo horrível Pinochet.

Foi de imediato um enorme choque. O povo unido nunca mais será vencido ...


2011 - Lisboa

No consultório. Acabada uma consulta passei pela cozinha transformada em copa, como habitualmente quando acabava uma consulta e antes de começar outra.

Uma colega que vem da rua entra esbaforida, aviões, torres gémeas, nova Iorque.

Nem a deixei continuar. E disse-lhe que estava só a beber um copo de água e ia chamar o doente que se seguia. Depois contava-me.

Ela ficou com a angústia. Eu só mais tarde.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

 


181º dia de recomeço do blog


Já é tarde, a RTP2 prende-me quase diariamente com os seus programas. 

Ontem depois dos Durells, IV série, ainda deu um filme/documentário Fojos,  sobre Castro Laboreiro e suas gentes realizado por João Canijo.

Há uns quantos livros cuja leitura é obrigatória para quem tem a mania, como eu, que tem uma razoável cultura.

O Quarteto de Alexandria, quatro volumes nas edições mais antigas (só num tijolão) na mais recente de Lawrence Durell falta-me ler. 

A série dos Durells é sobre a sua família, quando após regresso da Índia, deixam Inglaterra para irem viver para Corfu. E é nesta ilha que se passam os episódios que a televisão tem estado a passar.

Tão perturbados mas que interessantes eram. 

"Fojos" feito recentemente remeteu-me para um Portugal que conheci mas que julgava que já não existia. Pobre, escuro, sem acompanhar o desenvolvimento.

Já fui uma vez a Castro Laboreiro por culpa, forma de dizer, do José Saramago no seu filho Viagem a Portugal. A ilustração que usou foi uma fotografia de duas meninas, linda foto e lindas meninas, de uma enorme inocência. 

Quando chegar a Lisboa vou desfolhar esse livro de Saramago, que ouvi ontem vai ser objecto de um filme...ou será de uma série?

quarta-feira, 9 de setembro de 2020



180º dia de recomeço do blog

Cá na terra onde tenho casa herdada não há restaurantes com esplanada. Não há? Há sim, um. Come-se excelentemente bem e paga-se pouco. Mas é preciso conhecer para se entrar e conhecer alguém que dê boas informações para acreditar.

Hoje cheguei cá à hora do almoço. Calor, bastante. O distrito de Santarém é muito quente.

Lá atravessei o portão. Um espaço amplo em terra batida, uma dúzia de carros, sujos, ou de trabalho. À volta encostado aos muros restos de imensas coisas, paletes, plásticos, ramos de árvores, e preso com uma corrente de ferro um cão grande e feioso.

Por detrás dos carros a casa do restaurante e encostado o assador. Sim, porque aqui há um homem a grelhar o que é pedido.

Ainda cá fora e perto do restaurante umas seis mesas com cadeiras mal amanhadas, desta vez os assentos até seriam de carros, alguém lhos deu. E uns guarda-sois fechados. Que caloraça!

Lá dentro são poucas mesas, algumas corridas. Não mais de 20 pessoas cabem ali, mais os bancos desconfortáveis de um balcão.

Os grelhados são muito bons, batatas fritas sempre loirinhas, descascadas à mão e salada. Abundante até dizer basta. e o resto que toda a refeição e acompanhamentos necessários estão incluídos no preço. Não chega aos dez dedos da mão.

Só quem sabe. Mas desta vez não fiquei. O calor era demais. Fui a outro mais longe, sopa de pedra take away, que a minha casa estava muito fresca. Um grande almoço.

terça-feira, 8 de setembro de 2020



179º dia de recomeço do blog

Hoje houve notícias importantes, uma triste e outra interessante.
Morreu Vicente Jorge Silva, um jornalista (e outras coisas) importante na organização da comunicação escrita e na ética jornalista, coisa que ultimamente tem estado muito em baixo.
Ana Gomes confirmou a sua candidatura à Presidência da Republica. Militante do PS e já apoiada por alguns elementos. Não levará o meu voto mas é bem dela, que tem mostrado ser corajosa e persistente.

Não estive no entanto a ver os debates políticos televisivos nem sobre Vicente Jorge Silva.

É que também hoje saiu o resultado de um pedido de revisão de um processo crime, de um homem que tinha sido considerado inocente, libertado em Janeiro e que hoje foi condenado a 25 anos. O julgamento tinha demorado um ano.
E foi a um pequeno programa sobre como isto pode acontecer que resolvi assistir.
É terrível pensar que uma pessoa é injustamente condenada, até mesmo à morte em certos países, que em Portugal já foi abolida; mas também ser ilibado se de facto foi o assassino perverso do caso em questão.
O caso vai ser reavaliado em tribunal. Daqui a uns meses. Mais um ano?

segunda-feira, 7 de setembro de 2020



178º dia de recomeço do blog

As escolas vão abrir. Estiveram fechadas durante meses, durante o confinamento, só tendo aberto perto do fim do ano para os mais velhos e os exames do último ano.

Os colégios particulares já abriram esta semana. 70 alunos do colégio alemão já estão de quarentena.

A escola não é só para aprender as matérias. Se calhar esta é aquela que melhor se pode fazer em casa, com ensino à distância via net ou Tv.

Mas em casa há muitas coisas que não se podem fazer. E das mais importantes! A socialização, aprender a fazer relações, brincar em grupo, e tantas outras.

Hoje encontrei uma mãe de um jovem que conheci nas minhas lides profissionais. Toda contente de me ver disse-me logo que o filho tinha tido o melhor resultado, leia-se notas, de sempre durante a pandemia. Que ou ela ou o marido estavam sempre com ele em casa pelo que estudou sempre acompanhado. E acrescentou que assim é que era bom para ele.

Inutilmente, por experiência da situação, ainda arrisquei outras funções da escola mas logo que calei. Apesar de já ter deixado de trabalhar há 2 anos ela disse-me saber muito bem a minha opinião. Minha mas não a dela.

domingo, 6 de setembro de 2020



177º dia de recomeço do blog

A Festa do Avante, organização do Partido Comunista Português, existe desde 1976. É uma reunião gigante de várias actividades, políticas, culturais, exposições, concertos etc. 

Este ano foi motivo de campanha anti-PCP, que ocupou todos os jornais, telejornais, programas de debate etc. Quase ocupou os assuntos importantes de Portugal, anulando-o. À boleia da Covid-19 a direita portuguesa fez propaganda demolidora, levando atrás de si muita gente que não acreditou que o PCP conseguisse organizar com todos os efes e erres, salvaguardando a pandemia.

Na realidade lixaram a Festa. Com um espaço enorme que normalmente recebe 100 mil pessoas, a autoridade de saúde só autorizou 16500. 

Vi fotografias. Tudo muito organizado, cadeiras geometricamente dispostas. Houve de todas as actividades mas em menos quantidade.

Foi uma prova contra o medo. O que nos limita há meses e não sabemos até quando.
Não sei se na Festa estiveram todos os que podiam ir ou se foram menos.

Eu não fui. Não sou regular mas já fui várias vezes.

Temos de vencer o medo!

sábado, 5 de setembro de 2020



176º dia de recomeço do blog

Hoje é sábado mas até meio da tarde pensei que era domingo. Irrita-me andar assim na maionese como dizia uma colega minha das pessoas aéreas.

Vi um programa de televisão sobre as gaivotas que invadem as cidades (neste caso Porto) à procura de comida, um nojo, e algum perigo, quer pelas doenças, contaminação e violência, há casos de ataques a crianças em terraços. Que fazer mais incisivo?

Merece a pena ver.

https://www.rtp.pt/play/p6595/linha-da-frente