sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Viagens 2006


Encontrei as fotocópias do passaporte caducado, com os carimbos de fronteira. Situei então várias viagens que fiz, bilhetes de espectáculos etc.
Chile e Argentina e Canadá em 2005.
NY - Inserida numa viagem cultural organizada por Serralves e orientada pelo José Rosinhas.
Para além do programa de visitas aos museus, na rua vi pela 1ª vez uma obra de Anish Kapoor, Sky Mirror, na parte de fora do Rockefeller Center. Fiquei fascinada com uma obra tão grande e a sorte que tive em a ver visto ser temporária, Set a Nov. Este ano enchi o papinho em Serralves com obras dele.
Assim, visitámos o Museu Solomon R Guggenheim, o MoMA, o Metropolitan Museum of Art, o Museu Whitney de Arte Americana, o PS1 Queens e a Fundação DIA: Beacon.
E fizemos os reconhecimento que a maioria das pessoas faz, incluíndo um cruzeiro no Rio.
A noite era livre e assisti no Gershwin Theatre -ao Wicked, um musical de grande sucesso. No The Metropolitan Opera assisti à Ópera La Gioconda. Blue Note, já sem tabaco, fomos uma ou duas noites, assim como a outra casa de jazz cujo nome não me lembro do nome, sempre acompanhada pela minha amiga Teresa e pela Celeste, cujo marido era um melómano do jazz.

Foi maravilhosa a viagem que também nesse ano fiz ao Chile e Argentina, descendo o Chile até à Patagónia, atravessando os lagos e montanhas para entrar na Argentina e subir até Buenos Aires. Santiago do Chile toca pela história que vivemos em 1973, o ataque à democracia e a morte e desaparecimento de muitos democratas. Ainda visitei o Museu Chileno de Arte Precolombino, (Fundacion Família Larrain Echenique),
com peças muito bonitas. "Cubre um período que vai desde los inicios del arte cerâmica y textil hasta la llegada de los conquistadores europeos" pretendendo representar toda a diversidade dos povos precolombianos. 



Grande parte da viagem para sul, uma de avião o resto de camion jeep, feio e forte, foi para observar e viver a natureza, parques naturais e reservas, glaciares como o Perito Moreno, o mais importante e outros, atravessar os Andes montanhosos e os lagos.
Tinha imaginado comer uma pescada fresca cozida, e não a pescada do Chile congelada que aqui comemos e até é boa, mas eles não a cozinham assim.

Em Buenos Aires  visita à casa de Pablo Neruda, incrível, encontrei um saco de plástico onde terei trazido algum postal ou livro! Amarrotadinho mas guardado! 
Buenos Aires tem vários museus, com artistas argentinos que eu não conhecia, como o Xul Solar com museu inteiramente dedicado a ele, bairros populares, o Caminito, 
etc a livraria El Ateneo, o café Tortoni, ir a um espectáculo de Tango etc. E até pelo clube de futebol passámos! E a carne, claro! Buenos Aires deve ter sido das cidades da América do Sul que mais me impressionou. Uma cidade europeia com dimensão americana! Pensei que iria voltar mas ainda não calhou.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Raiva - filme


Foi recentemente, em Novembro, que fui ao Cinema Ideal ver este filme, de Sérgio Tréfaut e inspirado no romance Seara de Vento de Manuel da Fonseca.
As críticas não foram unânimes. Eu gostei bastante.
Começa pelo fim, arrumando logo o tiroteio que o poderia ter transformado num western e não abordando o desejo da filha do lavrador. 
Aspectos curiosos que soube pelos artigos do JL: o monte alentejano foi construído de propósito, um casebre sem condições nenhumas; o filme foi filmado a cores e depois trabalhado para ficar a preto e branco; as cenas noturnas foram filmadas durante o dia, o actor principal não é actor. E a criança era brasileira habitante no Alentejo, que só dizia nhã mãe, por necessidade de uma actor brasileiro (acordo financiamento, julgo eu). Acaba com canté alentejano ao fundo.

https://youtu.be/2VCOcqaEl9I



quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Fado com Camané e os irmãos - Espectáculo


4 Out (1973?)
Com o convite na mão, constato que não tem a referência ao ano. Procuro na net, fico na mesma.
Convite que me ofereceram, comemorativo dos 173 anos do Montepio, foi no Coliseu dos Recreios o concerto de 3 fadistas irmãos, Camané, Helder Moutinho e Pedro Moutinho.
Foi muito bom! Cada um com a sua identidade na forma de cantar fado, voz própria, gostei imenso. 
Na minha pesquisa pela net descobri que a mãe deles também cantava fado. Não fiquei admirada.

As árvores morrem de pé - teatro


Durante uma estadia da minha prima Elisa, Setembro-Outubro 2016, que não aprecia muito o mesmo género de espectáculos que eu, levei-a e fui pela 1ª vez ao Teatro Politeama ver a peça "As Árvores Morrem de Pé" de Alejandro Casona.
Sempre me lembro de ouvir o dramatismo que a minha avó Elvira punha na frase final da peça, e que é o seu título.
Foi com surpresa que vi que o Filipe La Féria conseguiu encenar a peça como uma comédia, bastante divertida. Entre outros com Carlos Paulo, Maria João Abreu, Ruy de Carvalho e Maria Manuela, a substituir a Eunice Munoz que entretanto adoeceu.

Tudo começa numa organização que pretende fazer o bem com poesia e criatividade. Chega um dia ao escritório um velho com um pedido surpreendente: tinha um neto que se tornou num rufia, mas a avó não sabe. Ao longo de vários anos o marido foi-a enganando e escrevendo cartas supostamente do neto a dizer que se tinha emendado e tornado num famoso arquitecto. Mas um dia o neto verdadeiro telegrafa a dizer que chega, mas acaba por morrer no afundamento de um navio. O velho lembra-se então de pedir à organização que coloque na sua casa um casal, fingindo que se trata do neto e da mulher.
Tudo corre bem, a velhota parece não se aperceber de nada, até que chega o verdadeiro neto que afinal não viajara no navio naufragado e está vivo. (retirado do anúncio da RTP aquando da programação desta peça com tinha com Palmira Bastos no seu papel de avó).

Alejandro Casona, escritor espanhol (1903-1965), considerado um inovador do teatro espanhol tal como Frederico Garcia Lorca, exilou-se durante a guerra civil de Espanha na América do Sul, onde continuou a escrever. Regressou depois da morte de Franco, em 1963. 

Jorge Pinheiro - Exposição


Em Serralves, 29 Out 2017. "Jorge Pinheiro: D'Après Fibonacci e As Coisas Lá Fora".
Não conhecia bem a obra deste pintor. Foram os meus primos Pedro e Floriza que me motivaram e com quem fui. Muito interessante!

https://www.serralves.pt/pt/actividades/jorge-pinheiro-d-apres-fibonacci-e-as-coisas-la-fora/

https://www.dn.pt/lusa/interior/serralves-coloca-obra-de-jorge-pinheiro-em-dialogo-com-arte-contemporanea-8773727.html 

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Ivone, Princesa de Borgonha - Espectáculo


Mais uma peça de teatro, desta feita pelo Teatro Do Bairro e que terei visto num domingo de Abril.
Uma comédia divertidíssima, bem interpretada, "feita à moda da tragédia clássica, com 5 actos...parece mais leve do que realmente é, bem mais profunda e complexa do que aparenta ser, talvez num movimento palaciano de dissimulação dos horrores sobre os quais assenta todo o poder..." - Luísa Costa Gomes que também a traduziu. De Witold Gombrowicz.

SINOPSE

O Príncipe Filipe sofre de fartura. Mimado pelos pais, tem tudo e ainda pode ter mais. As mulheres mais belas, é só querê-las. Uma educação esmerada. Um futuro brilhante. Quando lê no horóscopo que a partir das sete da tarde as estrelas propícias lhe oferecerão iniciativas de grande envergadura, prepara-se para o encontro com o destino. Porque vai encalhar, horrivelmente excitado, numa aventesma queda e muda como Ivone? O mais surpreendido de todos é o próprio príncipe. Descobre que existe no mundo uma alma gémea cuja principal tarefa é enfurecê-lo do desejo de lhe fazer mal. Ivone, no seu silêncio obtuso, na sua estupidez natural, depois no seu desejo sem dissimulação, na sua impossibilidade de jogar o jogo, assustadiça e bicho de mato, tão espontânea no não, como no sim, é talvez o irredutível selvagem que todos queremos e tememos ser. O Príncipe, perante a troça dos amigos e a perplexidade dos pais, decide casar com ela. 
Feita à maneira de uma tragédia clássica, IVONE tem os seus quatro actos e acaba necessariamente mal. Basta dizer que bestialidade, selvajaria, idiotice e falta de sentido não param de crescer ao longo da peça.
Sinopse Retirada do anúncio.

https://youtu.be/y1UAF1fSEF8

O sr. Ibrahim e as Flores do Corão - Espectáculo


No Teatro Meridional, esta peça de Eric-Emanuel Smittt maravilhosamente interpretada pelo Miguel Seabra. Julgo ter visto em Maio 2017, nos 25 anos do grupo.
Já era espectadora atenta deste grupo mas a actuação do Miguel Seabra apaixonou-me.
A voz dele, as vozes dele melhor dizendo, para o meu ouvido foi música para o meu ouvido.
"Em Paris, nos anos 60, Momo, um rapazinho judeu de onze anos, torna-se amigo do velho merceeiro árabe da rua Bleue. Mas as aparências iludem: o Senhor Ibrahim, o merceeiro, não é árabe, a rua Bleue não é azul e o rapazinho talvez não seja judeu."

A importância dos tutores de resiliência aos quais nem sempre lhes damos na altura valor e aos quais nem sempre lhes conseguimos um dia falar disso. às vezes é tarde demais...
Sei e sinto bem o que isso é, digo eu, com alguma mágoa. 

https://ionline.sapo.pt/563608