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............................................................Foto - Magda
domingo, 21 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
Poema - Augusto dos Anjos
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Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
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Se a alguém causa ainda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
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Se a alguém causa ainda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Aconteceu...que se pode intervir: criar e aumentar a resiliência, desenvolver a saúde mental
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A ida em anos diferentes aos mesmos sítios permite-nos ter bem a noção da diferença, por vezes superficial. Mas há outras mudanças bem mais profundas que se vão passando nas pessoas.
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No Rio de Janeiro e em São Paulo, há muito poucos bairros sociais. Há nomeadamente na periferia da capital, alguns grupos de prédios de andares, muito altos, sem varandas e pouco apelativos. Depois há uns aglomerados que à primeira vista parecem favelas, mas que por ter arruamentos passaram à categoria de bairros de renda social. E depois há as favelas, construções de 1 ou 2 pisos, sem ordenamento nenhum, que parecem plantadas umas em cima das outras.
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Quem vai observando as favelas por fora, como eu, nota diferença de há uns anos para cá. As casas passaram a ter, muitas delas, telhados de telha, muitos buracos de janela já têm as ditas, de alumínio e com vidros. O crescimento em altura das casas corresponde certamente a melhoria do seu interior. É conseguido à custa dos subsídios que o anterior governo estabeleceu para os mais fracos, economicamente falando.
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Na favela também onde moram muitos trabalhadores e suas famílias, não são só as redes de tráfico de droga como por vezes parece. Era dificil lá entrar e implantar fosse o que fosse. O governo de Lula fez uma distribuição de frigoríficos pelas favelas. Só que nelas não havia electricidade e as ruas e as portas foram-se abrindo para deixar instalar esse equipamento básico.
A ida em anos diferentes aos mesmos sítios permite-nos ter bem a noção da diferença, por vezes superficial. Mas há outras mudanças bem mais profundas que se vão passando nas pessoas.
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No Rio de Janeiro e em São Paulo, há muito poucos bairros sociais. Há nomeadamente na periferia da capital, alguns grupos de prédios de andares, muito altos, sem varandas e pouco apelativos. Depois há uns aglomerados que à primeira vista parecem favelas, mas que por ter arruamentos passaram à categoria de bairros de renda social. E depois há as favelas, construções de 1 ou 2 pisos, sem ordenamento nenhum, que parecem plantadas umas em cima das outras.
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Quem vai observando as favelas por fora, como eu, nota diferença de há uns anos para cá. As casas passaram a ter, muitas delas, telhados de telha, muitos buracos de janela já têm as ditas, de alumínio e com vidros. O crescimento em altura das casas corresponde certamente a melhoria do seu interior. É conseguido à custa dos subsídios que o anterior governo estabeleceu para os mais fracos, economicamente falando.
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Na favela também onde moram muitos trabalhadores e suas famílias, não são só as redes de tráfico de droga como por vezes parece. Era dificil lá entrar e implantar fosse o que fosse. O governo de Lula fez uma distribuição de frigoríficos pelas favelas. Só que nelas não havia electricidade e as ruas e as portas foram-se abrindo para deixar instalar esse equipamento básico.
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Atrás da electricidade, instituições comunitárias e as crianças estão a usufruir disso. Há muito trabalho que lá está a ser feito, com pessoas e sobretudo com as crianças que têm vivências muito traumatizantes e tinham o desenvolvimento parado ou mal dirigido. Equipas diversificadas de técnicos vão fazer crescer as crianças, fazer-lhes chegar a cultura, nomeadamente através da escolarização. Ter outras vivências, é poder pensar-se de forma diferente. É de esperar que uma percentagem delas possam fazer a sua própria nova narrativa, um dia.
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Se a passagem de Boris Cyrulnik, mais uma vez por Lisboa, hoje no Instituto Franco Português, deixou, foi a noção da possibilidade de fazer crescer a saúde mental e a esperança onde às vezes parece não existir. A resiliência, processo tão querido a este médico francês, ensinou-lhe e ele a nós, que se é possível ir desenvolvendo em qualquer idade, quanto mais na infância. É possível recomeçar a vida psicológica e mudar o rumo.
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Se a passagem de Boris Cyrulnik, mais uma vez por Lisboa, hoje no Instituto Franco Português, deixou, foi a noção da possibilidade de fazer crescer a saúde mental e a esperança onde às vezes parece não existir. A resiliência, processo tão querido a este médico francês, ensinou-lhe e ele a nós, que se é possível ir desenvolvendo em qualquer idade, quanto mais na infância. É possível recomeçar a vida psicológica e mudar o rumo.
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Ter vivido traumaticamente não é sinónimo de fatalismo. Há que intervir!
Ter vivido traumaticamente não é sinónimo de fatalismo. Há que intervir!
Etiquetas:
Boris Cyrulnik,
esperança,
favelas,
intervenção,
Resiliência
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Poema - Carlos Queiroz
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LEGENDA
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Toda a gente dizia que ele havia
...De ser, nesta vida, alguém;
.......E a mãe ouvia e sorria,
............Contente de ser mãe.
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O menino cresceu; É hoje um homem;
.......E, embora por alguém o tomem,
Quando o vêem passar, dizem: - Coitado!
...........É um poeta...(um aleijado).
LEGENDA
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Toda a gente dizia que ele havia
...De ser, nesta vida, alguém;
.......E a mãe ouvia e sorria,
............Contente de ser mãe.
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O menino cresceu; É hoje um homem;
.......E, embora por alguém o tomem,
Quando o vêem passar, dizem: - Coitado!
...........É um poeta...(um aleijado).
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Aconteceu...que as mulheres podiam fumar
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Na rádio do carro estavam a transmitir uma entrevista a um médico. Não a ouvi desde o princípio, mas falavam do cancro do pulmão e da relação com o tabaco. São entrevistas que fornecem informações que podem ser importantes, por exemplo dos perigos de fumar, embora julgue que todos os fumadores têm conhecimento, ou quase todos.
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Tinha lido recentemente e ali também foi focado, que as mulheres portuguesas estão a ser cada vez mais fumadoras. Ora se hoje o cancro do pulmão é predominante nos homens, no futuro esta situação pode alterar-se.
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E a certa altura, o entrevistador afirma que "era uma coisa boa do fascismo as mulheres não poderem fumar" e estou a citar de cor. Não sei a idade do jornalista nem do médico que não se manifestou em contrário.
Acontece que no tempo do fascismo eu era fumadora. Saltei com aquela afirmação. Não, não era proibido as mulheres fumarem, não senhor!
No fascismo havia muitas proibições em que as mulheres eram penalizadas. Foi o caso das enfermeiras não poderem casar, assim como as professoras primárias numa certa época do fascismo.
Quanto ao tabaco, os portadores de isqueiros tinham de ter licença. Podia-se fumar nos transportes públicos, cinema, circo, em quase todos os sítios. Havia anúncios a marcas de cigarros. Nos programas de televisão as pessoas apareciam a fumar. Havia convite ao fumo!
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Era inconveniente as mulheres fumarem na rua, não por proibição mas por regras sociais retrógradas, em que a diferença entre mulheres e homens era muito marcada. Fumava-se na rua sim, faziam-no as mulheres que se conseguiam libertar dessas imposições.
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Estas pequenas desinformações, "uma coisa boa do fascismo" incomodam-me.
Na rádio do carro estavam a transmitir uma entrevista a um médico. Não a ouvi desde o princípio, mas falavam do cancro do pulmão e da relação com o tabaco. São entrevistas que fornecem informações que podem ser importantes, por exemplo dos perigos de fumar, embora julgue que todos os fumadores têm conhecimento, ou quase todos.
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Tinha lido recentemente e ali também foi focado, que as mulheres portuguesas estão a ser cada vez mais fumadoras. Ora se hoje o cancro do pulmão é predominante nos homens, no futuro esta situação pode alterar-se.
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E a certa altura, o entrevistador afirma que "era uma coisa boa do fascismo as mulheres não poderem fumar" e estou a citar de cor. Não sei a idade do jornalista nem do médico que não se manifestou em contrário.
Acontece que no tempo do fascismo eu era fumadora. Saltei com aquela afirmação. Não, não era proibido as mulheres fumarem, não senhor!
No fascismo havia muitas proibições em que as mulheres eram penalizadas. Foi o caso das enfermeiras não poderem casar, assim como as professoras primárias numa certa época do fascismo.
Quanto ao tabaco, os portadores de isqueiros tinham de ter licença. Podia-se fumar nos transportes públicos, cinema, circo, em quase todos os sítios. Havia anúncios a marcas de cigarros. Nos programas de televisão as pessoas apareciam a fumar. Havia convite ao fumo!
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Era inconveniente as mulheres fumarem na rua, não por proibição mas por regras sociais retrógradas, em que a diferença entre mulheres e homens era muito marcada. Fumava-se na rua sim, faziam-no as mulheres que se conseguiam libertar dessas imposições.
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Estas pequenas desinformações, "uma coisa boa do fascismo" incomodam-me.
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cancro do pulmão,
fascismo,
informações erradas,
mulheres
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
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