domingo, 15 de maio de 2016

Que falta de jeito, postura, precisa-se!


Ontem fui ao Festival de Arte Urbana, em Lisboa. Passei pelas ruas, tirei fotografias, vi o entusiasmo de quem lá investe.
Entidades oficiais fizeram uma visita, muitos beijinhos do presidente M.R. Na sua comitiva um representante da Casa Militar, homem grande atende o TM e  diz que está num "bairro pobre". Falta de jeito! A meu lado, algumas habitantes ficaram muito ofendidas, pobre, diziam com mágoa, social é o que somos.
O bairro Padre Cruz, da freguesia de Carnide, é o maior bairro social da Europa. 


sábado, 7 de maio de 2016

História entre putos


Um miúdo de 9 anos com quem conversei esta semana, tentava explicar-me que bate nos outros rapazes quando lhe chamam preto. Ele é castanho disse-me. 
E continuou falando do seu amigo a quem lá na escola chamam cigano.
Ambos ficam furiosos e partem para a porrada.
É que ele até nem é cigano, os pais é que são. Tento compreender a lógica...os ciganos estão sempre cheios de cicatrizes na cara e o meu amigo não. Por isso não é.

domingo, 1 de maio de 2016

3 em 1


Domingo, Dia do Trabalhador e Dia da Mãe
Muita coisa num só dia, assim não tem graça. Domingo já é de qualquer maneira, Dia do Trabalhador ao domingo é menos um feriado.
Mãe, já não tenho.

sábado, 30 de abril de 2016

Rídiculas figuras para quem as faz mas ainda mais ridículas para quem nunca as fez




Olá, olá, olá, bebé, olá. Seguiram-se sons de beijinhos e novamente olá, querida, é a avó!

Olhei para trás, e numa mesa do restaurante, um casal da minha idade talvez, ele comia e ela agarrada ao telemóvel falaria penso que com uma neta.
Também já fiz destas figuras? Quem sabe, são sempre ridículas, tal como as cartas de amor.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

25 de Abril, nem me fale neste dia! disse ele



Amanheceu com sol o 25 de Abril e lá vou com uma amiga, cravo vermelho ao peito para o Marquês de Pombal. Passeamos, procuramos caras conhecidas, grupos, grande cumplicidade na satisfação da Liberdade quando encontramos alguém, e lá vamos descendo a avenida, ora integradas na manifestação ora pelo passeio lateral.

Está calor, precisamos de procurar uma sombra, o corpo está cansado, não teve tempo de se adaptar a estas mudanças bruscas de temperatura, têm sido dias frios ou chuvosos e de repente fica assim, quente. À nossa volta alguns já se sentem em pleno verão, calções e chinelas, fatos de alcinhas, eu ainda não, um polo e à cintura um casaco vela vermelho, a cor do dia, receosa da quebra de temperatura do fim do dia.

A descida é lenta e a tarde vai avançada, há muita gente, parece bem mais que o ano passado e  a sede começa a apertar, que tal uma tulipa e um croquete, sabiam bem, boa, vamos. E entramos no Gambrinus, um restaurante de Lisboa ali perto do Rossio, diz-se restaurante de luxo, os croquetes são um luxo de facto, os melhores de Lisboa, sempre quentes quando chegam à mesa, sentamo-nos num dos bancos altos do balcão da entrada. Fazemos os pedidos e vamos lavar as mãos. Na volta ouve-se uma das clientes comentar que hoje é o 25 de Abril, certamente inspirada no cravo vermelho da minha amiga, ao que o maître disse nem me fale nesse dia! Trocam umas palavras e ele disse que só foi bom por ter acabado a guerra, ah pois, o senhor esteve em África, diz ela, não, nunca fui, explica ele, fiz 33 meses de tropa mas não saí de cá, foi em meados dos anos 60 esclarece.

A tulipa mista veio preta, pensei que a culpa era do cravo, mas o resto veio bem e como é habitual muito bom.

De novo apanhamos o metro a caminho de casa. Para o ano haverá mais e esperemos que com o ar aliviado deste ano.
Abaixo a crispação!
25 de Abril, sempre! 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O perigo de noticiar os suicídios na comunicação social



Ouvi há tempos uma história de alguém que estando à varanda numa rua estreita e íngreme, assistiu à descida de uma camionete que por falta de travões passou a ferro vários carros estacionados até se imobilizar. Telefonou para uma televisão a avisar do sucedido e de lá perguntaram se havia mortos,  e feridos. Desiludidos terão respondido que então não merecia uma reportagem.

Vem isto às notícias que nos últimos tempos têm sido dadas de forma repetida e com pormenores sobre a morte de dois actores americanos bem conhecidos. Ambos por suicídio.
As situações foram descritas, repetidas até à exaustão em todos os telejornais e noticiários incluíndo as formas usadas para morrer. Deste último caso até  a posição do cinto e a técnica usada para o enforcamento foi explicitada!

Tanto quanto julgo saber, qualquer jornalista já foi informado do risco de divulgação destas situações.
Jovens e adultos mais fragilizados são frequentemente influenciados por estas notícias. Uma espécie de "infecção contagiosa", pode provocar suicídios e tentativas de suicídio por imitação.

Numa escola, num lar de jovens onde acontece uma situação destas é quase obrigatório um trabalho de intervenção como acção preventiva. Sabe-se do risco.

Na televisão, quem vê? Muitos e de forma anónima! É um enorme risco público!

Tal como na história com que comecei, desconfio que o fazem pelo "sucesso" do choque e o aumento da audição!
A ética, por onde anda, senhores jornalistas e cadeias de televisão? 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Aconteceu num voo da TAP

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No passado domingo apanhei o voo da TAP em direcção à Horta. Faço-o com alguma regularidade, a última vez foi em Julho. E nunca tal me tinha acontecido!

O avião parte cedo, às 8 h da manhã. Mesmo com o check-in feito pela internet, tem de se acordar por volta das 6h da manhã, para dar tempo ao caminho e a despachar a mala.

Terá sido por volta das 6h30 que tomei um copo de leite e uma pequena banana. Àquela hora não é facil ter apetite e seria o suficiente até a "refeição ligeira" como agora lhe chamam que é servida dentro do avião durante o voo.

Pouco depois de se iniciar a viagem, com os cumprimentos e avisos que são dados pelo microfone, ouvi com espanto que atendendo ao número insuficiente da tripulação de bordo nada seria servido durante o voo.

A meio da viagem, o leite "já era" como dizem os jovens e um ligeiro enjoo fruto de alguma hipoglicémia começou a sentir-se. Não, não sou diabética, mas é normal ter-se fraqueza quando se comeu há umas horas.

Levantei-me, fui ao fim da cabine, lá estava uma hospedeira a quem expus a situação. Com um tom um bocado arrogante perguntou-me com ar admirado se eu não sabia que nada seria servido. Não, eu não sabia. Mas os colegas de terra deviam ter dito. Muitas pessoas tinham vindo prevenidas, disse, como a reforçar a minha falha. Insisti e ofereceu-me uns amendoins.

Bom, o problema que ponho é este: quando entrei no avião da TAP para a viagem, não fazia a mínima ideia que tinha iniciado uma viagem low cost. Tanto quanto sei o preço do bilhete não foi mais barato do que quando a refeição é servida.

Cortes na qualidade pagando o mesmo? Haverá quem protesta ou o receio de ficar fechado na ilha cala as bocas?