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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Aconteceu...Lisboa em Agosto

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Uma amiga minha, dizia-me um destes dias, que não se nota nenhuma diferença de movimento este mês em Lisboa. Achei estranho, pensei, será que com a crise o pessoal ficou todo cá? Ou saíram alguns mas os de fora vieram à capital e mantém-se a população e o trânsito?
Cheguei de férias e constatei logo que não era bem assim. Há gente, mas nas ruas por onde me movo há muito menos que o habitual e nos parqueamentos há muitos lugares vagos
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Mas ela tem razão numa coisa, se compararmos com há vinte anos atrás, a sensação de cidade deserta que tinhamos desapareceu.
Eu escolhia sempre trabalhar em Agosto, era um sossego a cidade livre.

Ainda não tinham instituído os horários escolares europeus, e por isso os rapazes ainda tinham o mês de Setembro livre. Era esse tempo que aproveitávamos para sair até porque nos livrávamos de uma feira que se faz à porta de nossa casa durante todo o mês.

Mas ao contrário de antigamente, a cidade de hoje fervilha de acontecimentos.
Estive a pesquisar na internet e vi que seria quase impossível seguir todos os eventos, concertos, teatros de rua, exposições. Nisto, estamos à nossa escala, a caminho de uma capital europeia.

No domingo andei à procura de restaurante aberto aqui na minha zona. A maior parte fecha nesta altura do ano!

Mas continua a ser muito agradável este mês em Lisboa...apesar das altas temperaturas que têm estado.

sábado, 24 de julho de 2010

Aconteceu...cenas do prédio da minha infância

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A D. Maria era a lavadeira de Sintra, que de carroça e burro passava todas as semanas para buscar a roupa que entregava por passar na semana a seguir. Estamos nos anos 60, altura em que não tínhamos ainda máquina de lavar roupa. Ora a D. Maria era muito simples, tratava toda a gente da mesma forma. Fosse a senhora marquesa do 5º direito que para ela foi sempre a D. Amela, assim sem i, fosse a porteira a quem ela tratava de igual forma, a D. Emila, sem i também.

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Pois esta D. Emília, cá vai o nome certo, precisou algumas vezes de tirar dentes. O dentista seria raro e caro, mas ela não se atrapalhava. Atava ao dente um fio que prendia na porta de dentro do elevador, daqueles ainda com porta de lagarta em ferro. O senhor António, com quem era casada, subia ao 1º andar e puxava o elevador e lá conseguia, depois de algumas tentativas repetidas arrancar o dito.
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O marido, em expediente médico-cirúrgico não se ficava atrás. Tinha umas boas varizes nas pernas, e um dia pensou que se aquelas coisas ali estavam saídas, o melhor era cortar o mal pela raiz, como já tinha feito com uns calos e uns cravos. E assim o fez, na cozinha. Escolheu a melhor faca, afiou-a com todo o cuidado, sentou-se numa cadeira, esticou a perna e com toda a sua força tentou cortar aquela excrescência. Só que mal deu uma facada, o sangue jorrou com pressão saindo em jacto e sujando o tecto. Quanto a ele, caiu para o lado e foi levado de urgência em shock.
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Gente simples!